quinta-feira, 23 de julho de 2009

Formatura de mais de 60 educandos no final do 1º semestre coroa trabalho da EJA

Apesar do início conturbado do ano letivo na EJA, o primeiro semestre terminou com saldo positivo. Mais de sessenta educandos de T6 conseguiram concluir o ensino fundamental.
Durante todo o semestre, observou-se uma característica interessante nas turmas neste ano: a participação dos educandos. Essa participação foi decisiva no início do semestre, quando a SMED fechou metade das turmas antes do processo de matrícula dos novos alunos. Como consequência (ou como causa?) foram retirados da EJA do Pasqualini oito professores, que foram remanejados para outros turnos ou escolas. Neste momento, os alunos foram parceiros dos professores para reverter o quadro, aumentando a pressão sobre a secretaria de educação do município para que fossem autorizadas as matrículas dos candidatos que aguardavam vaga para (re)começar a estudar. Enquanto a SMED não autorizava o retorno dos professores para o funcionamento normal da escola, os alunos assistiram aulas em salas superlotadas com duas turmas funcionando ao mesmo tempo com um só professor. Esse envolvimento e apoio dos educandos nesse processo criou um sentimento de parceria e colaboração que certamente influiu no desenvolvimento do semestre. Alguns educandos se destacaram como lideranças e foram reconhecidos por seus colegas e pelos professores.
A participação foi sentida também em outros três momentos muito importantes: a eleição do Conselho Escolar, a festa junina e o conselho de classe. Três momentos diferentes ao longo do semestre, mas com a mesma característica: a resposta imediata e eficiente do segmento alunos.

Eleição do Conselho Escolar
Na eleição dos representantes para o Conselho Escolar, cada turma discutiu o seu envolvimento no processo, desde a forma de eleição dos representantes, se individual ou por chapa (o segmento dos alunos foi o único que optou por eleição por chapas e proporcionalidade). Definido o processo, os educandos passaram a organizar uma chapa com o máximo de abrangência, envolvendo desde as Ts iniciais até as T6, que optaram por não indicar candidatos, mas se comprometem com o apoio à chapa. Nas reuniões de candidatos indicados pelas turmas foi debatido programa, campanha e ordenação dos candidatos. Esse processo levou a chapa da EJA a ser a mais votada da escola, elegendo dois dos três titulares.

Festa Junina
A festa junina da EJA foi completamente diferente das demais na escola. Ela foi organizada em parceria entre educandos e educadores. Além do lanche fornecido pela escola, os alunos trouxeram vários pratos de comida (doces e salgados) e refigerantes para compartilhar. Houve apresentação de dança, brincadeiras como corrida do ovo, corrida do saco e dança das cadeiras, organizadas pela disciplina de educação física, que tiveram grande participação. Os alunos criaram a cadeia, que agitou a festa. No final, apresentação de danças cirulares sagradas das turmas T61 e T62, e encerramento com baile. O mais legal de tudo, o pátio da escola ficou limpo. Não havia lixo no chão. Nesta noite foi organizado no refeitório uma mostra de trabalhos dos educandos, que teve na montagem e desmontagem também a participação voluntária deles.

O Conselho de Classe
Esse também foi um momento diferenciado, neste semestre onde a participação, envolvimento e seriedade com que os educandos encararam o desfio de se auto-avaliarem e avaliarem a escola como um todo, foi um marco na (re)construção de uma proposta pedagógica que valoriza a autonomia e a autoria.

O conselho foi realizado em quatro etapas, sendo a primeira em sala de aula totalmente coordenada e realizada pelos educandos. Nesse momento eles indicaram dois representantes de cada turma para a reunião conjunta de alunos e professores, numa quarta-feira. Nessa reunião todos os representantes comparecerem relatando as discussões realizadas nas turmas. O terceiro momento consistiu no retorno imediato às turmas do que foi tratado na reunião de representantes e o momento final consistiu na reunião dos educadores de cada turma para concluir a avaliação individual dos alunos. Sem dúvida, um avanço em relação a nossa prática anterior e, como processo sempre em construção, já está sendo avaliado para ser aprimorado nos próximos semestres.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Festa Junina: dissociação entre conhecimento e prática

Quem chegasse no final da festa junina da escola neste semestre não acreditaria que nela possa existir algum projeto de educação ambiental. O pátio do sagão estava tomado por copos plásticos, cascas de pinhão, pinhões inteiros e muito lixo.
A partir dessa constatação, foi retomado o assunto em sala de aula por diversos professores, desde A10 até C30. Muitos alunos relataram suas impressões e sua participação no que aconteceu. Em algumas turmas os alunos produziram textos analisando a festa e as causas daquele comportamento. Em C10 trabalhei com uma turma e propus que escrevessem bilhetes para serem lidos em outras turmas, colocando sua avaliação e sugestões para os colegas. Em C30 utilizamos os blogs para mandar os mesmos recados. A leitura dessas produções mostra que nem tudo está perdido. Ao menos na teoria, tanto os alunos de C10, quanto os de C30 reconhecem que não deveriam ter colocado lixo no chão nem atirar pinhões uns nos outros.
Cabe à direção e aos professores analisarem suas responsabilidades, verificando a ausência de uma organização que propusesse atividades e diversão para as crianças e adolescentes que estavam participando de uma festa junina onde não havia brincadeiras e uma estrutura que organizasse a participaçõa dos alunos em atividades relacionadas ao evento.
Vale a pena ler as produções dos alunos nos seus blogs.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Projeto O Grande Deserto é o tema de estudo na semana do meio ambiente

A Semana do Meio Ambiente levou-nos a refletir sobre o futuro de nosso planeta e as mudanças climáticas pelas quais estamos passando.
O conto "O Grande Deserto", publicado neste blog, foi lido e debatido pelos educandos de C30. A partir dele, eles construíram seus textos com suas opiniões sobre o que estamos fazendo com mundo em que vivemos. Essa era uma das preocupações do cientista José Coiro, autor do texto que estudamos, quando a preocupação com a ecologia ainda era assunto de ficção científica. Hoje, as alterações climáticas e os efeitos da poluição e do desmatamento já são uma realidade bem presente e nossa conscientização é inadiável. Para quem gosta do tema e para que gosta de ficção científica, recomendo a leitura do conto do Coiro, bem como das produções dos educandos de C30 do Pasqualini.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Evolução histórica da idéia de átomo

Você alguma vez já parou pra pensar sobre a constituição dos diferentes materiais que formam o mundo? Já pensou no que faz, por exemplo, o ferro ser tão diferente do ouro?
Para responder a essas e a outras perguntas temos que lançar mão de um conceito que hoje é fundamental em química: o átomo. A primeira idéia de átomo como constituinte da matéria surgiu, na Grécia, por volta do ano 490 a.C. Nessa época,
dois filósofos gregos, Leucipo e Demócrito, afirmavam, com base em pensamento especulativo, que, se a matéria fosse dividida em partes cada vez menores, chegaria um momento em que não haveria mais possibilidade de dividi-la. Seria obtida uma partícula extremamente pequena, invisível e indivisível. A essa partícula eles denominaram átomo.
Átomo é uma palavra de origem grega, que significa "indivisível". É formada pelo prefixo "a", que significa não, e pela palavra "tomo", que significa divisão.
A idéia do átomo não alcançou grande força até que, no século XIX, veio a tornar-se de fundamental importância para explicar os fenômenos que passaram a ser observados pelos métodos experimentais que se desenvolviam nas
ciências naturais. Nessa época, as idéias dos antigos filósofos começaram a serem retomadas.
No final do século XVIII, já se havia acumulado muito conhecimento acerca de transformações da matéria, com o uso
de experimentação. E muitas leis científicas foram sendo elaboradas. Só que essas leis não explicavam por que os fenômenos ocorriam de um modo ou não de outro, e precisavam de uma explicação teórica que as tornasse compreensiveis.
Boas explicações sobre as transformações das substâncias foram fornecidas por John Dalton, em 1808.

Dalton concordava com a idéia de Leucipo e Demócrito de que a matéria era constituída de pequenas partículas, os átomos. E, além disso, afirmava que o conjunto de átomos que possuem a mesma massa, tamanho e forma constituem um elemento químico. E que substâncias diferentes eram formadas por tipos diferentes de átomos. Os
conceitos de Dalton permitiam a explicação de muitos fenômenos observados.
As reduzidas dimensões do átomo dificultavam bastante seu estudo. Os cientistas tinham de fazer uso da
imaginação para, a cada dia, entenderem melhor a sua constituição. Eles realizavam experiências com determinados materiais e observavam os resultados. A partir destes, procuravam obter indicações sobre os átomos que constituíam aquele material. Eles construíram, então, uma representação daquilo que pensavam ser átomo. Eram os chamados modelos atômicos.
Os modelos atômicos são construídos para explicar as observações que vão sendo feitas sobre os materiais e para fornecer pistas para novas observações. Quando um modelo não consegue mais explicar as novas observações, torna-se necessário construir outro. Assim, alguns modelos podem ser abandonados, por serem superados por outros, que conseguem fornecer um maior número de explicações para um conjunto de observações.
Modelo Atômico de Dalton
O cientista inglês John Dalton, em 1802, criou um modelo que retomava o antigo conceito dos gregos. Ele imaginou o átomo como uma pequena esfera, com massa definida e propriedades características. Dessa forma, todas as transformações químicas podiam ser explicadas pelo rearranjo de átomos.
Dalton concebeu a existência de átomos com propriedades diferentes. E; dessa forma, definiu elemento químico. Os átomos que possuem a mesma massa, tamanho e forma constituem um elemento químico. Propôs alguns elementos químicos e os representou por meio de símbolos.
Dalton formalizou seu modelo nos seguintes postulados:
Toda a matéria é constituída por átomos. Esses são as menores partículas que a constituem; são indivisíveis e indestrutíveis, e não podem ser transformados em outros, nem mesmo durante os fenômenos químicos.
• Os átomos de elementos químicos diferentes tem massas diferentes e se comportam desigualmente em
transformações químicas.
• Os átomos de um mesmo elemento químico são idênticos em massa e se comportam igualmente em t
ransformações químicas.
• As transformações químicas ocorrem por separação e união de átomos. Isto é, os átomos de uma substância que estão combinados de um certo modo, separam-se, unindo-se novamente de uma outra maneira,
formando outras substâncias.
O Modelo Atômico de Thomson
Entre 1813 e 1834, um cientista chamado Michael Faraday estudou a relação entre as quantidades de materiais em
transformações químicas e de eletricidade necessária para realizar essas transformações. Esses estudos evoluíram até que, em 1891, a unidade mais simples de eletricidade foi determinada e denominada elétron. A descoberta de partículas com carga elétrica fez com que o modelo atômico de Dalton ficasse superado.
Em 1897, Thomson idealizou um experimento para medir a carga elétrica do elétron. Com base em seu experimento, e considerando o átomo eletricamente neutro (com quantidades iguais de partículas positivas e negativas), ele representou o átomo como uma esfera uniforme, de carga positiva, incrustada de elétrons (partículas negativas).

O Modelo Atômico de Rutherford
Em 1931, realizando experiência de bombardeio de lâminas de ouro com partículas alfa (partículas de carga positiva, liberadas por elementos radiativos), Rutherford fez uma importante constatação: aa grande maioria das partículas
atravessava diretamente a lâmina, algumas sofriam pequenos desvios e outras, em número muito pequeno (uma em 100 mil), sofriam grandes desvios em sentido contrário.
A partir dessas observações, Rutherford chegou às seguintes conclusões:
No átomo existem grandes espaços vazios; a maioria das partículas atravessava sem sofrer nenhum
desvio.
No centro do átomo existe
um núcleo muito pequeno e denso; algumas partículas alfa colidiam com
esse núcleo e voltavam, sem atravessara lâmina.
O núcleo tem carga elétrica positiva; as partículas alfa que passavam perto dele eram repelidas e, por isso, sofriam desvio em sua trajetória. Pelo modelo atômico de Rutherford, o átomo é constituído por um núcleo central, dotado de cargas elétricas positivas (prótons), envolvido por uma nuvem de cargas elétricas negativas (elétrons). Rutherford demonstrou ainda, que praticamente toda a massa do átomo fica concentrada na pequena região do núcleo. Dois anos depois de Rutherford ter criado o seu modelo, o cientista dinamarquês Niels Bohr o completou, criando o que é chamado modelo planetário. Para Bohr, os elétrons giravam em órbitas circulares, ao redor do núcleo. Depois desses, novos estudos foram feitos e novos modelos atômicos foram criados. O modelo que representa o átomo como tendo uma parte central chamada núcleo, contendo prótons e nêutrons,
serve para explicar em grande número de observações sobre os materiais.

Fonte: Alvarenga, Ciências Naturais no dia-a-dia, Editora Positivo, 2004.

Objetívos da atividade:
Compreender os diferentes modelos atômicos;
Compreender a evolução histórica do pensamento científico humano através do tempo;
Entender que a ciência é dinâmica e está em constante evolução.


MODELO ATÔMICO
Tarefa n° l
Leia o texto sobre a história do átomo e responda:
1
- De quem foi a primeira ideia de átomo, baseada em experimentação?
2
- O que é pensamento especulativo? Dê um exemplo prático em sua vida.
3
- Para Dalton, o que era elemento químico?
4 - O que é um modelo e para que serve?

5
- Quando um modelo se torna superado?

6
- Quais os quatro postulados do modelo de Dalton?

7
- Qual a principal consequência do trabalho de Faraday?
8
- Como era o modelo atômico de Thomson?
9
- Qual foi o avanço do modelo de Thomson em relação ao modelo de Dalton?
10 - Quem foi o primeiro cientista a idealizar um modelo atômico com predominância de espaços vazios?

1
1 - O que concluiu Rhutherford, ao perceber que as partículas alfa eram repelidas pelos núcleos dos átomos de ouro?
12 - Qual a contribuição de Neils Bohr para esse modelo?
13 - Qual a comparação do sistema solar com o modelo de átomo de Rutherford/Bohr?

14
- Desenhe os átomos segundo os modelos concebidos por Dalton, Thomson, Ruterford e Bohr.

Tarefa n° 2

Imagine-se um historiador e desempenhe a missão de descrever, resumidamente, a
evolução das ideias a respeito do átomo. Seja sucinto e obedeça à ordem cronológica dos fatos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Início conturbado na EJA

Apesar de toda expectativa de um bom começo de ano na EJA do Pasqualini, estamos tendo um começo de ano bastante complicado. A Secretaria de Educação fechou metade das turmas de totalidades finais e retirou da EJA oito professores. Diante desse quadro, o atendimento aos alunos está precário.
Ocorre que faltam mais de 160 professores para atender todas as turmas nas escolas de Porto Alegre. Essa falta é decorrente de aposentadorias de professores da rede municipal. O Concurso para o preenchimento dessas vagas foi feito com atraso pelos governantes e o ano iniciou com falta de recursos humanos em muitas escolas. O caminho mais fácil encontrado pela prefeitura foi o fechamento de turmas e o remanejo de professores para as escolas ou turnos em que existem as carências.
Diante desse quadro e com essa visão, ocorreu em 26 de fevereiro uma reunião da equipe de Recursos Humanos da SMED com a Direção da Escola para organizar o quadro de professores para o ano letivo que se iniciaria na próxima semana. Olhando o número de alunos matriculados, concluíram que poderiam fechar 6 das 12 turmas das totalidades finais da EJA e deslocar oito professores para atender necessidades da escola em outros turnos ou necessidades de outras escolas.
Acontece que nossos gestores não aceitaram os argumentos dos integrantes da equipe diretiva responsáveis pela EJA do Pasqualini, de que as matrículas dos alunos aconteceriam em março e que já havia uma grande lista de inscritos, que certamente teríamos alunos para completar as listas de chamada e teríamos que chamar esses professores de volta. As turmas foram fechadas e canceladas as matrículas dos alunos infrequentes, inclusive os menores de idade.
O ano iniciou, as matrículas foram feitas, houve mobilização dos professores que encontraram apoio nas suas entidades de classe (Atempa e Simpa).
Em reunião com nova Secretária de Educação foi acordado que havendo alunos matriculados em número que justifique a abertura das turmas, elas serão reabertas e os professores serão reconduzidos a seus postos,
Nossa parte foi feita. Temos mais de 420 alunos matriculados e até agora não temos definição de quando as turmas de EJA poderão funcionar normanmente com a volta dos professores que foram retirados de suas funções.
Veja as fotos das turmas nos primeiros dias de aula, ainda sem todos os alunos matriculados, no álbum abaixo.
http://picasaweb.google.com/professoralcidesdopasqualini/PrimeirasAulasDaEJAEm2009#

domingo, 18 de janeiro de 2009

O Grande Deserto

Este é um conto de ficção científica do biólogo José Rafael Rosito Coiro, publicado pela editora Tchê! em 1996, no livro "O hidronauta".
Este conto está sendo transcrito aqui com autorização da família do escritor, por ser uma obra que nos leva a pensar em vários aspectos de nossa vida, nossas relações com o ambiente e com outos seres humanos. Fica aqui uma homenagem a seu autor, com quem convivi e muito aprendi durante toda minha formação universitária. O Coiro foi um inovador, pois nos anos 60, como professor de biologia no Colégio Júlio de Castilhos, trabalhava o conteúdo de citologia levando seus alunos a produzir histórias em quadrinhos.
Em 2009 vamos continuar o projeto Meu Ambiente e esse texo será um dos que vamos estudar.
Boa leitura.

O Grande Deserto

A mulher, no outro compartimento, afastada do marido e do filho, refazia a programação do seu robô doméstico. Ela desejava a limpeza do jardim de grama artificial, pois existiam muitas embalagens descartáveis jogadas no chão desde a noite anterior.
O marido organizara uma reunião com o objetivo de criar o Comitê que iria até o Grande Conselho reivindicar direitos fundamentais, como o de poder opinar sobre a escolha de seus representantes, obter igualdade com as mulheres nas atividades profissionais e ter o direito de escolher o destino dos filhos: se eles seriam operários ou dirigentes.
A maior revolta da comunidade consistia na determinação do Grande Conselho de enviar um Engenheiro Genético até seus domos e administrar drogas que transformariam as aptidões natas de seus filhos, cuidados por eles com carinho extremo nas incubadoras.
O homem e a criança despediram-se da mulher e saíram do domo, cada um com seu reservatório de oxigênio fixado à cintura por uma presilha magnética. De mãos dadas, caminhando lentamente para não sofrerem desgastes desnecessários, entraram no tubo transportador.
- Pai, me mostra o Grande Deserto. O senhor prometeu!
O homem ficou pensativo por alguns instantes e, depois, olhando para a criança, respondeu:
- Filho, que idéia mais absurda. Não tem nada de bonito nele. Vamos olhar a Reserva Verde. Lá você poderá correr sem necessidade do reservatório do oxigênio. Você poderá até tocar em vegetais de verdade.
Em vão, o homem tentava demover o filho. Finalmente, ante a obstinação da criança, contrariado, cedeu. Acomodaram-se no tubo de transporte e, através do intercomunicador, solicitou a parada GD-Zero. No painel apareceram sinais luminosos referentes à programação que estava sendo desenvolvida na CDS (Central de Deslocamentos Subterrâneos). Assim que o tubo transportador venceu a inércia, seus corpos sofreram pressão sobre as poltronas. Ao mesmo tempo, apareceu no écran o valor da taxa de transporte, em números vermelhos. O homem colocou o polegar direito no orifício de identificação digital, para ser descontado de sua cota mensal de deslocamentos.
Antes de saírem do tubo transportador, colocaram suas máscaras sobre o nariz e boca. Através de um comando existente na porção superior do reservatório, liberaram o oxigênio.
Quando saíram do tubo transportador, receberam um impacto. Era a diferença da pressão e luminosidade do ambiente. Seus corpos ficaram parados, seus passos lentos. A vastidão do terreno inóspito que passaram a contemplar, trouxe uma espécie de desânimo para eles. Agora, eles estavam fazendo parte do cenário da antevida, da grande solidão do nada. Pararam e giraram sobre si mesmos.
A vista da cidade era bonita. Todos os domos mostravam suas cúpulas brilhantes e articuladas. Faziam giros intermitentes, para acompanhar o próprio deslocamento solar à procura de mais energia. As vias aéreas estavam movimentadas. Mesmo daquela distância, eles podiam ver os passageiros sendo transportados por aerotrens impulsionados pelo laser. Embora a atmosfera fosse extremamente rarefeita, percebiam os ruídos da cidade. Os dois formavam uma minúscula ilha viva, cercada pelo Grande Deserto.
- Pai, o que é aquela cúpula esverdeada entre os domos?
- Aquilo – respondeu o pai – é uma construção muito antiga, que servia para os homens se protegerem da própria insegurança, da sua solidão face ao Universo e da falta de respostas que a ciência ainda não lhes podia proporcionar. Por isso os antigos buscavam respostas na crença de seres intangíveis. Eles chamavam essa construção de Catedral.
A criança ficou olhando para o pai, enquanto ele fazia descrições da construção em ruínas. O que mais chamou a atenção da criança foi o fato de os antigos usarem unidades chamadas tijolos. Afinal, era mais fácil preparar um domo. Bastava escolhe um local e inflar.
O pai estendeu a mão para o filho e viraram-se em direção a outro monumento histórico. Era, também, uma construção de tijolos, que se erguia muito alta, vertical e cônica.
- E isso aí, pai, para que servia?
Quando o homem ia iniciar a explicação, ouviram o alarme colocado no pulso da criança. Era a hora da alimentação. Ele aguardou que o filho abrisse a pequena caixa plástica que havia tirado do bolso, afastasse por instantes a máscara e colocasse o pequeno comprimido na boca. O pai esperou que o filho deglutisse seu alimento e continuou a falar:
- Esse tubo, de algum modo, ajudava na obtenção de um gás. Os antigos convertiam esse gás em energia. A população recebia o gás através de condutos subterrâneos até suas casas e fábricas. Eles o queimavam para obterem calor. Agora, meu filho, mós obtemos a energia através de minúsculas pilhas atômicas colocadas nos domos. Embora corramos algum perigo, custa pouco e por isso, vale corrermos o risco, segundo afirma o Grande Conselho.
Os dois ficaram olhando para a antiga construção por alguns instantes, até que a criança se manifestou.
- Pai, estou cansado. Acho que caminhamos demais...
O homem passou a mão sobre a cabeça do filho, num gesto puro de carinho.
- Também penso a mesma coisa, meu filho. Ainda temos bastante oxigênio. Vamos abrir as válvulas dos reservatórios até atingirmos 760 mm de pressão. Isso irá nos reanimar um pouco mais. Ao mesmo tempo, acionaram as válvulas.
- Pai, vamos mais para a direita. Eu quero olhar mais de perto aquela construção circular, lá adiante.
- Eram nessa construção que os antigos praticavam esportes. Isso era na época em que o ar não era rarefeito e o corpo humano não possuía as limitações que temos hoje. Essa construção abrigava milhares de pessoas para assistirem a uma disputa.
Ao final da descrição. De mão dadas, os dois foram se afastando lentamente, até alcançarem as esteiras rolantes que os levaria até a estação do tubo transportador. Já na esteira, a criança fez mais uma indagação.
- O que era isso aqui, antes se tornar o Grande Deserto?
- Não sei. O melhor será consultarmos o nosso terminal de dados lá no domo.
Quando retornaram, a criança dirigiu-se rápido para o compartimento onde estava instalado o terminal e digitou:
- Ajuda;
- Dados Históricos;
- Grande Deserto: Nome de Origem;
Passaram aproximadamente dois minutos e a resposta surgiu no centro do écran.
.............. RIO GUAÍBA ..............

O que são WEBQUESTS?

O que são WEB QUESTS? Confira abaixo uma apresentação de slides que mostra o que são e como podem ser utilizadas em projetos pedagógicos na internet.
Webquest
From: marciacs, 4 months ago

Webquest
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Fazer uma webquest, passo a passo.

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